O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, vai pedir
na terça-feira (24) que o STF (Supremo Tribunal Federal) afaste Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. Antes de decidir ingressar
com o mandado de segurança, Bueno chegou a consultar outros líderes de
bancadas. Os parlamentares, no entanto, preferiram não apoiar o pedido antes de
consultar suas bancadas.
Na quinta-feira (19), Cunha foi alvo de um protesto coletivo de
deputados, que deixaram o plenário da Câmara e inviabilizaram a
continuidade da ordem do dia. A manifestação foi uma forma de protestar contra
os atos protelatórios do peemedebista para atrasar seu processo de cassação no
Conselho de Ética.
Na sessão do Conselho na quinta, quando deveria ter ocorrido a leitura
do relatório de Fausto Pinato (PRB-SP) pela admissibilidade do processo de
cassação do mandato de Cunha, aliados do peemedebista apareceram no local, mesmo
sem integrar o Conselho, e se valeram de normas regimentais para suspender a
sessão.
Em seguida, já no plenário, também por meio do Regimento, parlamentares
próximos a Cunha conseguiram anular temporariamente a reunião da comissão
julgadora. A decisão foi suspensa por Cunha pouco tempo depois, após a pressão
de muitos deputados.
No mandado de segurança, Rubens Bueno vai apontar situações
que demonstram a interferência de Cunha no andamento do processo no Conselho.
Mencionará, por exemplo, o fato de não ter disponibilizado à comissão uma sala
para a realização da reunião -na noite de quarta ainda havia indefinição sobre
onde ocorreria a sessão.
Também haverá destaque para o fato de, na última quinta (19), Cunha ter
se antecipado, contra o que costuma fazer às quintas-feiras, no início da ordem
do dia ontem. Ele iniciou os trabalhos às 10h46, com menos de 257 deputados no
plenário, quorum necessário para haver votações.
Fonte: Diário do Nordeste