domingo, 20 de novembro de 2016

Em Fortaleza: motorista da Uber é cercada por taxistas, chama a Polícia e caso vai parar em delegacia


Um Boletim de Ocorrência (B.O.) foi registrado no 34º Distrito Policial, no Centro de Fortaleza, por uma motorista da Uber. Juliana Marta de Oliveira afirma ter sido ameaçada e constrangida por taxistas em frente ao Hospital Antônio Prudente, na Avenida Aguanambi, na noite desta quinta-feira (17). Ela também relata ter sido cercada por veículos de taxistas e ligou para a Polícia para pedir ajuda.
A polícia orientou que ela registrasse um BO com a queixa e a motorista se deslocou até o 34º Distrito Policial. Com medo das ameaças, ligou para os colegas motoristas da Uber para a acompanharem. Taxistas também se deslocaram até a delegacia para acompanhar o caso e defender os colegas.
“Eu peguei um casal de passageiros na Aldeota e me desloquei para o Hospital Antônio Prudente. Chegando lá desembarquei os passageiros normalmente e no momento em que eu estava arrumando minhas coisas veio um táxi pela esquerda e me fechou”, afirma Juliana de Oliveira. Ela conta que outros táxis a cercaram e um dos motoristas começou a filmá-la.
A motorista afirma ter sido ameaçada verbalmente e constrangida. “Eles estão agindo como se fossem autoridades, fazem emboscada para prender a gente e chamar a Etufor e AMC. Isso é papel das autoridades, e não deles. Se eu não tivesse o apoio dos meus colegas, se o Ronda não tivesse chegado eu não sei nem como é que eu estaria agora”, disse ainda na delegacia, em entrevista ao programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT.
Já o taxista Jéferson Batista falou em nome da categoria, afirmando que o taxista pedia para ela não pegar nenhuma corrida pois estava em um ponto de táxi. “Era um desrespeito, a gente acha uma afronta”, comenta.
A motorista Juliana de Oliveira também é psicopedagoga, atuando por mais de 25 anos na profissão, mas estava desempregada há mais de um ano quando conheceu a Uber. Hoje sua única renda é através de seu trabalho com o serviço da Uber. Ela pede para exercer seu trabalho livre de ameaças e que a Prefeitura de Fortaleza regularize o serviço.
Fonte: Tribuna do Ceará
Em tempo
Fico chocado ao ver como as pessoas podem perder o senso da legalidade quando acreditam estar defendendo seus “supostos direitos”. A disputa entre taxistas e uber’s, pelo visto, ainda vai longe. E tudo isso pela falta de sensibilidade dos envolvidos.
Na minha opinião os taxistas precisam entender que as mudanças são inevitáveis e sempre virão. O Uber é uma realidade em vários países e no Brasil não será diferente. Dos dois lados dessa disputa existem pais e mães que querem apenas o direito de trabalhar para poder sustentar suas famílias.

É importante lembrar que a prefeitura de cada município concede ao particular uma “autorização” para fazer o transporte de passageiros - são os taxistas. Pelo que compreendo uma simples autorização (que é precária, isto é, pode a qualquer tempo ser revogada) não significa direito subjetivo e exclusivo para realizar o transporte de passageiros.
Muitos taxistas pensam que são donos de vagas, outros tantos acreditam realmente nisso. Particularmente, defendo que esse equivoco é provocado pela inoperância do poder público que finge não ver a existência de um mercado em torno das vagas de taxi.

Vejamos, para exercerem a função, muitos motoristas compram de outros taxistas uma vaga a peso de ouro - o que lhes dá a falsa sensação de posse sobre a vaga. Não entendo como alguém pode vender uma autorização que lhe foi concedida pelo poder público, mas isso é o Brasil.

E quanto ao usuário do serviço, o que eles pensam? Bem, posso falar por mim mesmo. Penso que ao sair de casa para qualquer lugar, é uma decisão minha escolher como irei me deslocar. Posso ir a pé, em meu próprio carro, de ônibus, em uma carona amiga, de táxi ou com um Uber e por que não?
Afinal, possuo o sagrado direito de escolha e gasto meu suado dinheiro com o serviço que mais me agrada.
Quanto ao poder público, é imprescindível que se manifeste o quanto antes, a fim de regularizar o serviço do Uber e impedir que pais e mães de família se degladiem nas ruas em uma luta que não tem razão de ser. Acredito que todos têm o direito de trabalhar e que cada consumidor tem o direito de escolher o trabalho “de quem” quer contratar.

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