sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Ceará tem três casos suspeitos de "doença misteriosa"

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) notificou que investiga três casos suspeitos de mialgia aguda não esclarecida. Conhecida também por “doença da urina escura”, a enfermidade é caracterizada por fortes dores na região cervical, ombros e braços, além de urina com coloração escura.
Há menos de um mês, a doença foi registrada inicialmente na Bahia, onde foram confirmados 52 casos. No Estado, foram registradas duas mortes em pacientes que tiveram a doença.
Os três casos suspeitos do Ceará surgiram na Capital. Um deles, de uma mulher que veio de Salvador e só sentiu os sintomas em Fortaleza. Os outros ocorreram em dois homens, ambos do mesmo círculo social da mulher residente na Bahia. Um deles segue hospitalizado.
Os pacientes apresentaram dores musculares e mudança na tonalidade da urina, variando entre vermelho escuro e castanho. “Os três casos estão em investigação. No primeiro momento, é importante a definição da causa. Estamos aguardando os exames finais”, disse o titular da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Henrique Javi, ontem.
Causas desconhecidas
As causas da mialgia aguda não esclarecida, como o nome já diz, ainda não são conhecidas dos especialistas. Presidente da Sociedade Cearense de Infectologia, Érico Amorim ressalta que ainda é cedo para tirar qualquer tipo de conclusão definitiva sobre a doença.
“Estamos todos em fase de surpresa e tentando entender a etiologia da doença. Foram aventadas as possibilidades de infecção viral ou intoxicação alimentar por produtos do mar. De qualquer forma, é muito precoce tirar qualquer tipo de conclusão com o que ainda se tem”, explica Érico.
Conforme o médico infectologista Anastácio Queiroz, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), a alteração na cor da urina pode ser causada pelo intenso comprometimento dos músculos. “A eliminação de substâncias (provenientes dos músculos) leva a isso. Isso também pode explicar porque muitos pacientes apresentaram insuficiência renal”, esclarece.
O médico diz que ainda é cedo para saber se as causas são de origem infecciosa ou não, principalmente pelo estágio inicial das pesquisas. Anastácio comenta que é preciso ter mais investigação quando novos casos aparecerem para poder identificar as reais razões da doença. “Se surgirem novos casos, tem que atuar de maneira muito rápida. Colher sangue e outras amostras para auxiliar nas investigações”, enfatizou.

Fonte: O Povo On-Line

Nenhum comentário:

Postar um comentário