A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) notificou que
investiga três casos suspeitos de mialgia aguda não esclarecida. Conhecida
também por “doença da urina escura”, a enfermidade é caracterizada por fortes
dores na região cervical, ombros e braços, além de urina com coloração escura.
Há menos de um mês, a doença foi registrada
inicialmente na Bahia, onde foram confirmados 52 casos. No Estado, foram
registradas duas mortes em pacientes que tiveram a doença.
Os três casos suspeitos do Ceará surgiram na
Capital. Um deles, de uma mulher que veio de Salvador e só sentiu os sintomas
em Fortaleza. Os outros ocorreram em dois homens, ambos do mesmo círculo social
da mulher residente na Bahia. Um deles segue hospitalizado.
Os pacientes apresentaram dores musculares e
mudança na tonalidade da urina, variando entre vermelho escuro e castanho. “Os
três casos estão em investigação. No primeiro momento, é importante a definição
da causa. Estamos aguardando os exames finais”, disse o titular da Secretaria
Estadual da Saúde (Sesa), Henrique Javi, ontem.
Causas desconhecidas
As causas da mialgia aguda não
esclarecida, como o nome já diz, ainda não são conhecidas dos especialistas.
Presidente da Sociedade Cearense de Infectologia, Érico Amorim ressalta que
ainda é cedo para tirar qualquer tipo de conclusão definitiva sobre a doença.
“Estamos todos em fase de surpresa
e tentando entender a etiologia da doença. Foram aventadas as possibilidades de
infecção viral ou intoxicação alimentar por produtos do mar. De qualquer forma,
é muito precoce tirar qualquer tipo de conclusão com o que ainda se tem”,
explica Érico.
Conforme o médico infectologista Anastácio Queiroz,
professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), a alteração na cor da urina
pode ser causada pelo intenso comprometimento dos músculos. “A eliminação de
substâncias (provenientes dos músculos) leva a isso. Isso também pode explicar
porque muitos pacientes apresentaram insuficiência renal”, esclarece.
O médico diz que ainda é cedo para saber se as
causas são de origem infecciosa ou não, principalmente pelo estágio inicial das
pesquisas. Anastácio comenta que é preciso ter mais investigação quando novos
casos aparecerem para poder identificar as reais razões da doença. “Se surgirem
novos casos, tem que atuar de maneira muito rápida. Colher sangue e outras
amostras para auxiliar nas investigações”, enfatizou.
Fonte: O Povo On-Line
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